sábado, 9 de outubro de 2010

O que é Algodão Orgânico?





O algodão orgânico e todo aquele obtido em sistemas sustentáveis no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de agrotoxicos, adubos químicos ou outros insumos prejudiciais à saúde humana e animal e ao meio ambiente, mantendo e recuperando a fertilidade e a vida dos solos e a diversidade de seres vivos.

POR QUE CULTIVAR ALGODÃO ORGÂNICO?

As lavouras de algodão são campeãs mundiais do usa de agrotoxicos, provocando intoxicação e morte de milhares e milhares de agricultores e agricultoras, pássaros, peixes, insetos e muitos outros animais, alem de poluir o ar, o solo e as fontes d'água.
Por estas razões, desde o final dos anos 80, milhares de agricultores em cerca de 20 países do mundo vem se conscientizando da necessidade de cultivar algodão em bases orgânicas ou ecológicas. Ao mesmo tempo, muitas indústrias têxteis modificam seus processos de fabricação, para reduzir a poluição que provocam.

COMO PRODUZIR?

Essa proposta compreende um conjunto de tecnologias em que se destacam:

plantio em nível, enleiramento de restos de culturas também em nível e, quando necessária, valetas de retenção;
plantio do algodão nas primeiras chuvas, em consorcio com culturas alimentares, leucena e/ ou guandu;
Plantio de variedades precoces de algodão, como a CNPA Precoce 1 e CNPA 7H (herbáceo), CNPA . 7MH (híbrido do arbóreo com o herbáceo) e CNP A SM (arbóreo);
.adubação com esterco de gado, quando possível;
adubação foliar com calda nutritiva ou biofertilizante;
catação e destruição dos botões florais caídos; .controle biológico do curuquerê do algodoeiro através do Trichogramma sp;
após a colheita, arrancar e enleirar em nível o algodão herbáceo ou podar o algodão arbóreo e enleirar os ramos em nível.

sábado, 18 de setembro de 2010

O ALGODÃO E SUA ORIGEM


Flor do algodão


Fruto do algodão


O algodão provém de uma planta denominada algodoeiro. Conforme a variedade, pode ser uma árvore ou um arbusto, com folhas alternadas e que dão flores amarelas ou vermelhas. A qualidade do algodão varia de acordo com o tipo de algodoeiro, pois umas variedades fornecem fibras mais compridas que outras.

No Brasil, o algodão é colhido entre maio e junho, quando os frutos amadurecem e as cápsulas que envolvem as sementes se abrem, podendo então ser colhida a matéria fibrosa constituída de pelos, que revestem as sementes e que se denomina capulho.

sábado, 28 de agosto de 2010

A indústria do Algodão

A indústria de algodão é uma das mais poluentes do mundo. A Índia é o segundo maior produtor mundial, depois da Turquia. O algodão ocupa 5% da terra cultivada, mas é responsável por mais de metade do total de pesticidas usados.

A revolução verde, nos anos 60, introduziu novas sementes híbridas, muito dependentes de fertilizantes e pesticidas. O uso excessivo de químicos diminuiu os lençóis freáticos, envenenou as nascentes e afectou a fertilidade da terra.

“Os agricultores que cultivam algodão transgénico pedem dinheiro emprestado, para comprar fertilizantes químicos, pesticidas e sementes. No caso de uma quebra na colheita, devido a condições adversas, como chuvas e pestes, o agricultor não pode devolver o dinheiro. Muitos sentem-se forçados a suicidar-se”, explica Bojju Bai.

Alguns especialistas dizem que mais de 17 mil e 500 agricultores se suicidaram entre 2002 e 2006. A maioria bebeu pesticidas. A agricultora Bojju Bai, da aldeia de Belgaum, encontrou outra resposta. Converteu-se ao algodão orgânico: “Antes do orgânico, pedi um empréstimo a um privado: 10 mil rupias por estação e ficava sem nada depois de pagar o empréstimo e os juros. Agora, tenho alguns benefícios”.

Em 2004, as organizações não-governamentais holandesas Solidaridad e ICCO lançaram o projecto Chetna, uma experiência-piloto na área do comércio justo e biológico. Três anos depois, a Chetna criou uma associação para ajudar os agricultores a tornarem-se orgânicos. Os produtores aprendem, por exemplo, a produzir fertilizantes e pesticidas biológicos.

“Estamos a tentar melhorar as opções de subsistência dos agricultores mais pequenos, tornando os seus sistemas agrícolas mais sustentáveis, mais rentáveis, e começou como uma iniciativa da cadeia de abastecimento”, conta Siddharth Tripathy.

Os agricultores aprendem que é possível ter uma boa colheita sem químicos.“Há imensos remédios ecológicos como os agricultores lavrarem a terra no Verão, plantarem espécies que atraem as pestes, que, de outro modo, atacariam o algodão. Temos também imensos sprays botânicos, que não são mais do que extractos de algumas folhas de plantas. E depois temos vários métodos de controlo biológico, como alguns insectos na natureza que se alimentam das pestes”, enumera Mahesh, o responsável pelo programa da Chetna.

A alternativa biológica é suportada por práticas integradas, de forma a obter rendimentos noutros sectores que não o algodão. Kohinur é uma das seis aldeias que implementaram um sistema de retenção de água. Há dois anos, este lago não existia. Agora, os agricultores podem vender e consumir peixe, e regar as plantações.

“Estamos a conservar a água para aumentar a produtividade: usamos esta estrutura para controlar a erosão do solo e manter a fertilidade dele”, sublinha Pendur Sungu do grupo responsável pelo sistema.

Os agricultores não podem depender apenas de uma cultura, porque se ela falhar estão arruinados. Eles precisam de culturas alimentares, gado e centrais de biomassa. Em Kohinur, dez mulheres sem terra tiveram a oportunidade de criar um horto para plantas e frutas. Nesta estação, vão ter uma receita de 10 mil rupias.

Cada vez mais agricultores estão a converter-se à agricultura biológica na Índia. Mais de cinco mil e quinhentos juntaram-se à Chetna desde 2004. A associação proporciona-lhes acesso aos mercados e negoceia melhores preços.

“Em algumas aldeias verificámos que todos os elementos estão a aderir ao orgânico e que todos os campos são orgânicos. Não produzem apenas algodão, mas também soja e outros milhetes. Identificámos 1520 aldeias como esta, o que é uma grande conquista”, realça Bhaskar Chandra Adhikari da Chetna.

A produção sustentável de algodão vai directamente para os consumidores. A qualidade é verificada, o algodão orgânico é rastreado e certificado internacionalmente.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A cultura do algodoeiro atravessou grandes dificuldades na década de 80. Entre estas podem se destacar a chegada ao Brasil da praga do bicudo, responsável por sérios prejuízos à cultura, e os incentivos oferecidos para compra de algodão importado que fizeram a demanda interna do produto pela indústria têxtil nacional, entrar em franco declínio.


Essas dificuldades resultaram na queda substancial da produção no Nordeste Brasileiro, em função da baixa adoção de tecnologias que impossibilitava a convivência adequa
da com a praga do bicudo e da baixa competitividade do produto local com o importado, em razão da sua qualidade extrínseca e da escala de comercialização. O revés da cultura do algodoeiro também foi verificado nas demais áreas tradicionalmente produtoras de São Paulo e Paraná. Este último estado viu sua área plantada cair de cerca de 700 mil hectares no início da década de 90 para menos de 40.000 hectares em 2001.


Como alternativa para rotação com a soja, os produtores do Centro-Oeste viram no algodão uma grande oportunidade de negócios. A segunda metade da década de 90 significou um marco na migração da cultura do algodoeiro, das áreas tradicionalmente produtoras para o cerrado brasileiro. Hoje esta região responde por 84% da produção brasileira de algodão, tendo o estado de Mato Grosso como maior produtor brasileiro. O sucesso da cultura do algodoeiro no cerrado tem sido impulsionado pelas condições de clima favorável, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura, programas de incentivo à cultura implementada pelos estados da região e, sobretudo, o uso intensivo de tecnologias modernas. Este último aspecto tem feito com que o cerrado brasileiro detenha as mais altas produtividades na cultura do algodoeiro no Brasil e no mundo, em áreas não irrigadas. A Embrapa vem participando decisivamente da aventura do algodão no cerrado através da geração e transferência de tecnologias. A cada ano, vêm sendo lançadas pelo menos duas novas cultivares e sendo desenvolvidos novos sistemas de produção e de manejo integrado de pragas e doenças, visando atender a uma demanda crescente por novas tecnologias.


O presente sistema de produção de algodoeiro no cerrado que a Embrapa está disponibilizando, resulta da necessidade dos clientes, de acesso imediato a informações precisas sobre temas que envolvem toda a cadeia produtiva do algodoeiro no cerrado. Constitui-se em uma contribuição a mais e espera-se que seja de grande utilidade para o desenvolvimento da cultura do algodoeiro nesta região de grande importância para o agronegócio brasileiro.

O ALGODÃO

O algodão provém de uma planta denominada algodoeiro. Conforme a variedade, pode ser uma árvore ou um arbusto, com folhas alternadas e que dão flores amarelas ou vermelhas. A qualidade do algodão varia de acordo com o tipo de algodoeiro, pois umas variedades fornecem fibras mais compridas que outras.

No Brasil, o algodão é colhido entre maio e junho, quando os frutos amadurecem e as cápsulas que envolvem as sementes se abrem, podendo então ser colhida a matéria fibrosa constituída de pelos, que revestem as sementes e que se denomina capulho.

Flor do algodão

Fruto do algodão


Algodão colhido


Colheita de algodão

Estas fibras brutas passam por uma série de operações preparatórias, antes de serem transformada em fios.Resumidamente, são as seguintes:

1. - Limpeza manual, com a retirada de matérias estranhas.

2. - Descaroçamento, que é a retirada das sementes, com auxílio de um aparelho movido por manivelas, denominado descaroçador.

descaroçador

Descaroçador de algodão

3. - Batimento,feito com um galho de árvore, retesado em forma de arco, denominado batedor, onde se processa a retirada de impurezas menores, e é feito o primeiro desbaraçamento das fibras.

batedor

Batedor de algodão

4. - Cardamento, que é o processo final de desembaraçamento das fibras, que pode ser feito com um par de "cardas" , ( mesmo equipamento utilizado com a lã ), ou também com um arco tensionado semelhante ao batedor.

cardas

Par de cardas


Algodão pronto para ser fiado

5. - Fiação, que é a operação final para a obtenção do fio. Pode ser feita por uma peça simples em forma de pião, denominado fuso, ou através de um equipamento movido a pedal, denominado roca. O processo é idêntico para a lã.

Fiando algodão

fiandeira

Fios de algodão

As grandes indústrias possuem maquinários que realizam estas mesmas etapas, com velocidades maiores, incluindo ainda o tingimento das fibras. Várias são as opções de fios e linhas que podemos utilizar na tecelagem manual.

O quadro abaixo apresenta produtos fabricados por Linhas Círculo, com uma sugestão para sua utilização na urdidura ou na trama.